Os últimos nove anos foram especialmente importantes para as mulheres motociclistas do ambiente off-road. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, o salto é de 95,7%.
Mais algumas horas, Edna do Prado nasceria em cima da moto conduzida pela mãe. Foi por pouco; acabou nascendo no dia seguinte. Talvez por ter desde o inconsciente a paixão pelas duas rodas, é também tão apaixonada por elas. Aos 38 anos, mãe de dois filhos, Edna jamais deixou seu grande amor de lado. Cresceu ao som do ronco dos motores, inalando o perfume do escapamento. “Quando eu era pequena, meu pai tinha um comércio de sucatas e eu adorava ir trabalhar com ele na garupa da sua moto. Sempre o acompanhava nos eventos de moto e, por volta dos 10 anos de idade, meu pai me deu uma minimoto 2 tempos e me ensinou a andar nela”, conta a motociclista paulista de São José dos Campos. “A paixão por motos sempre foi aumentando. Aos 15 anos de idade, ganhei uma Titan 97 e, aí, não parei mais”.
O tempo passou. Vieram os filhos e a pausa para o cuidado das crianças. No entanto, assim que pôde, voltou a pilotar e a competir. “Já fiz Enduro, velocross, motocross e há um ano estou no Flat Track. Selecionada no programa Build Train Race pela Royal Enfield, fui campeã do campeonato. Até prova de arrancada de Harley-Davidson já participei. Onde tem moto, estou indo”, conta.
Aos 38 anos, Edna é um exemplar importante de uma categoria que está crescendo cada vez mais. Empoderadas, as mulheres vêm ocupando seu espaço, inclusive, no motociclismo. Num passado nem tão distante assim, o cenário era bem diferente. Edna lembra, por exemplo, de quando iniciou profissionalmente sobre duas rodas. “Eram poucas mulheres pilotando, mas, que bom, com o decorrer do tempo isso foi aumentando cada vez mais. Isso é muito legal”, conta.
Os últimos nove anos foram especialmente importantes para as mulheres do ambiente off-road. Dados do Departamento Nacional de Trânsito, compartilhados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), mostram que, até novembro de 2020, havia pouco menos de 8 milhões de mulheres habilitadas para este tipo de veículo no País. Em 2011, era praticamente a metade disso: 4.002.094 carteiras de habilitação na categoria A. Na prática, o salto é de 95,7%.
A MXF Motors acredita no potencial das mulheres motociclistas. Embora não separe modelos entre homens e mulheres, a empresa conhece seu público e sabe que alguns modelos são os mais queridinhos delas. É o caso, por exemplo, das leves e descontraídas Pro-Racing 110, uma pit bike com motor 4 tempos, partida elétrica, chassi reforçado e câmbio automático, com ótimo lifestyle do off-road; e a Brave 125, um quadriciclo com resistência, estabilidade e potência, além de motor 4 tempos, monocilíndrico a gasolina, partida elétrica e freios com acionamento hidráulico.
Acima de tudo, a MXF Motors, especializada na fabricação de motos de performance para o off-road, acredita no potencial das mulheres. Quanto mais mulher sobre duas rodas, melhor! A Edna também compartilha do lema da marca e incentiva. “Mulheres, se vocês têm vontade de pilotar, comecem com uma moto pequena. É um dia após o outro. Ninguém vai subir numa moto grande num dia e no outro fazer uma viagem longa ou uma prova. O que importa é nunca deixar o medo te levar, e se uma pessoa falar que você é incapaz, não acredite!”, incentiva.
Não é um fogão, nem um tanque. Cada vez mais, as mulheres vêm pilotando suas próprias vidas e, também, um guidão de moto