Aproveitamento de 100%, o que não é pouco. Os três brasileiros que iniciaram em Jeddah o Rally Dakar 2020 conseguiram chegar ao fim de uma maratona de mais de 7 mil quilômetros, dos quais 5 mil cronometrados, na primeira edição da prova em solo saudita.
Antônio Lincoln Berrocal, nas motos; e Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin (UTVs) alcançaram Qiddiya, ponto final do desafio, nessa sexta-feira (17/01). Nos dois casos, deixando sua marca em um percurso especialmente exigente.
Lincoln Berrocal é a comprovação de que nunca é tarde para conquistar um sonho. Aos 61 anos, atingiu seu objetivo de concluir todos os estágios de uma edição do Rally Dakar, a maior prova off road do mundo. O piloto patrocinado pela Pro Tork obteve o feito nesta sexta-feira, 17 de janeiro, ao completar a etapa final do evento, que percorreu quase oito mil quilômetros na Arábia Saudita.
Único brasileiro a competir nas motos, o paranaense era também o mais velho entre os 147 inscritos na categoria. Destes, apenas 96 conseguiram se manter na competição até cruzar a linha de chegada. Lincoln finalizou o grande desafio na 67ª posição, acelerando sua KTM 450 Réplica. Vale lembrar que ele é empresário e atleta amador, não profissional.
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Entre os que abandonaram a prova na categoria motos, podemos destacar grandes favoritos como piloto francês Adrien Van Beveren da Yamaha, que sofreu uma forte queda no 3º dia e o britânico Sam Sunderland da KTM, que já venceu o Dakar em 2017 e abandonou na 5.ª etapa, também devido a queda.
Emocionado, o desbravador foi recebido por amigos e familiares ao encerrar a última fase, em Qiddiya, na capital Riad. “Quero deixar um abraço a todas as pessoas que me apoiaram. Gente do mundo inteiro que torceu, mandou palavras de carinho. Com o auxílio de todos pude realizar um sonho e garantir essa alegria ao Brasil. Agradeço, ainda, à Pro Tork que confiou e apostou em mim”, destacou.
Dentro do capacete só repetia ‘se concentra, se concentra, leva essa moto na ponta dos dedos.
Ao todo, foram percorridos 7.893 quilômetros, sendo que em alguns casos as equipes encararam mais de 800 num único dia. Pelo caminho, rios, vales e uma infinidade de areia, incluindo dunas de até 200 metros de altura. “Esses últimos quilômetros foram tensos, havia muitas pedras e estava fácil cometer um erro tão perto do fim. Dentro do capacete só repetia ‘se concentra, se concentra, leva essa moto na ponta dos dedos. Consegui terminar bem, inteiro, não estou tão cansado. Deu tudo certo. Quero mandar um beijo para os amigos do Brasil, agradecer a pessoas do mundo inteiro que me incentivaram. E lembrar dos pioneiros, do Klever Kolberg, do André e do Jean Azevedo. Eles começaram com isso, eu os via de longe e sonhava em fazer o mesmo. Consegui agora, mais velho, mas está aí”, avalia o brasileiro.
Brasileiros no top 10
Varela e Gugelmin também fecharam a prova numa nota positiva, com a vitória no último estágio, sua segunda no Dakar 2020. E uma nona posição final de muita garra e empenho. “Nós chegamos aqui embalados pelos resultados nos dois anos anteriores, com o título de 2018 e o bicampeonato escapando da gente no final da prova de 2019 devido a uma quebra. Mas este ano tivemos muitas dificuldades e problemas, que nos tiraram a chance de brigar pela ponta. Mostramos que seríamos competitivos e lutaríamos pela vitória na geral vencendo duas especiais. Acho que somando tudo, fomos até que muito bem”, definiu o piloto paulista.
Mais sobre o Dakar
O evento nasceu em 1979 e, em sua primeira fase, desafiou Europa e África. Na sequência, de 2009 a 2019, ocorreu na América do Sul e agora inicia seu terceiro estágio, percorrendo pela primeira vez exclusivamente um país do Oriente Médio, a Arábia Saudita. Ao todo, 351 veículos se inscreveram para a 42ª edição, representando 53 nações.
A 42ª edição do Dakar teve início no dia 5 de janeiro, em Jedaah, e programou um dia de descanso até a linha de chegada em Qiddiya.
Com textos de: ID Assessoria de Comunicação, Ricardo Ribeiro – Vipcomm e Mundo Press