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Leoncino 500 – reedição de um modelo da década de 50 – Fotos: Divulgação Benelli |
Há cerca de dois anos, a
onda retrô chegou com tudo ao mercado Europeu. Ducati, Triumph e Yamaha apresentaram modelos que fazem uma releitura dos clássicos de décadas do século passado. Agora alguns os fabricantes resolveram encolher a capacidade cúbica das motos, baixar preços e, consequentemente, ampliar suas vendas. A
sino-italiana Benelli entra neste segmento com a
Leoncino, uma
versão atualizada de um antigo modelo da marca dos anos de
1950, porém com formas mais arredondadas e um novo
motor bicilíndrico de apenas
500cc.
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Modelo da década de 50 que serviu de inspiração para a nova Leoncino – Foto: Silodrome.com |
A Leoncino que, em italiano significa leãozinho, foi desenhada no Centro de Estilo da marca – que fica na região Marche, que é banhada pelo Mar Adriático -, e tinha como missão apresentar formas harmoniosas e que incentivasse o motociclista a viver novas experiências em duas rodas.
Em um primeiro passar de olhos, o que chama a atenção é a figura de um “leãozinho” fixado no pequeno paralama dianteiro. O animal é o símbolo de Pesaro, cidade natal da Benelli, marca que hoje é controlada pelo grupo chinês Qian Jiang. O passeio pela modernidade continua pelo farol redondo, lanterna e piscas que usam LED. Já o tanque de combustível – de 15 litros – em conjunto com o assento forma praticamente uma peça única, que dão certa personalidade e fluidez ao desenho da Leoncino.
Canela da suspensão, chassi, motor, balança e os aros são pintados de preto. A parte ciclística é toda ancorada por um quadro de treliça, fabricado em aço, que abriga o novo propulsor. O modelo mede 2.100 mm de comprimento e pesa 170 quilos (a seco).
Motor e ciclística
Este novo projeto da marca italiana ganhou um motor de média cilindrada com arrefecimento líquido. O propulsor de dois cilindros tem 499,6 cm³ de capacidade e gera 47,6 cv de potência máxima (a 8500 rpm) e 4,6 kgf.m de torque máximo (a 4.500 rpm). Para respostas mais rápidas e vigorosas o motor de duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro, é alimentado por injeção eletrônica de combustível. A transmissão conta com câmbio de seis velocidades.
Já na parte ciclística, o conjunto dianteiro é formado por suspensão invertida (upside-down) com 50 milímetros de diâmetro e 135 mm de curso, e freio dianteiro de duplo disco de 320 mm de diâmetro mordidos por pinça radial de quatro pistões. Na traseira, disco simples de 260 mm de diâmetro e cáliper de dois pistões. A suspensão é monoamortecida, como nas motos trail, e oferece 145 mm de curso. O sistema de freios ABS é de série e o conjunto de amortecimento conta com múltiplos ajustes.
Para completar o conjunto, a Leoncino 500 usa aros de alumínio, 19 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira, calçados com pneus de uso misto: 110/80 ZR19 (D) e 150/70 ZR17 (T). Segundo o fabricante, este tipo de pneu de uso misto garante estabilidade e esportividade em qualquer condição de uso ou terreno.
Enfim, a nova Leoncino chegará ao mercado em um momento muito especial, no aniversário dos 115 anos da marca. Assim, a Benelli aposta em um produto que atenda aos desejos dos novos consumidores e, ao mesmo tempo, tem a missão de rejuvenescer a marca e se transformar em um sucesso de vendas nesta segunda fase da onda retrô, que busca originalidade e motores com menor e potência, porém transmitindo boas emoções.
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Estande da Benelli no Salão Duas Rodas de 2013: a marca ficou pouco mais de 1 ano no Brasil . |
Bye Bye Brasil
A Benelli teve um “affair” com o Brasil se apresentando no Salão Duas Rodas de 2013. Os planos da empresa no país, gerida pela Bramont, eram ambiciosos com previsão de uma série de lançamentos e investimentos.
O relacionamento no entanto foi rápido, durou pouco mais de um ano. A fábrica aberta em janeiro de 2014, com festa e presença de altos executivos da empresa, anunciou seu fechamento em meados de fevereiro de 2015.
Em um comunicado, a marca apresenta como motivo para o fim da Benelli do Brasil “ o completo panorama adverso do mercado automobilístico brasileiro, agravado pela depreciação do real”.
Nesse caso, só resta a nós brasileiros ver os lançamentos de longe e torcer para que a crise não agrave ainda mais o mercado de motos.
Com informações: Agência INFOMOTO