Na CES 2017, mais importante feira de produtos eletrônicos do mundo, que aconteceu em Las Vegas (EUA) até o dia 8 de janeiro, a Honda mostrou uma moto-conceito, equipada com a sua nova tecnologia “Riding Assist” (assistência de pilotagem).
A BMW chegou a apresentar, na ocasião de seu 100º aniversário, uma moto conceito onde uma de suas características principais seria a possibilidade de se equilibrar. Trata-se da Motorrad Vision Next 100. A julgar pela importância que as duas marcas estão dando para o equilíbrio, podemos acreditar que o futuro das motos deverá passar por esse caminho.
Mas para Honda, as características de equilíbrio são diferentes. De acordo com a marca, a tecnologia cria uma motocicleta com auto balanceamento, ou seja, que se equilibra sozinha e reduz a possibilidade de queda enquanto está parada. Ao invés de giroscópios, que aumentam o peso e podem prejudicar a pilotagem, a nova moto conceito incorpora a tecnologia robótica originalmente desenvolvida para o Uni-Cub, aparelho de mobilidade pessoal da marca. O Uni-Cub ainda permite à moto-conceito rodar sozinha de forma autônoma ao toque de um sensor, seguindo o caminho do condutor, conforme sugere o vídeo de divulgação (veja abaixo).
A nova tecnologia também foi criada para facilitar o equilíbrio da moto em baixas velocidades. Já reparou que é muito mais difícil se equilibrar sobre a moto quando estamos indo devagar ? Isso acontece porque em médias e altas velocidades a rotação das rodas gera uma inércia maior que ajuda a balancear a moto e deixá-la “em pé”.
Porém, em velocidades reduzidas, a menor rotação das rodas gera menos inércia, o que obriga o motociclista a balancear a moto ativamente – quem nunca se pegou mexendo o guidão de um lado para o outro para não ter que apoiar os pés no chão?
Pois assim é praticamente como a tecnologia Riding Assist funciona. Com a moto parada ou em baixa velocidade, sensores mexem o guidão de um lado para o outro para equilibrar a moto. Mas também a coluna de direção e o garfo dianteiro se movimentam para frente e para trás, alterando o centro de gravidade da moto, ao mudar o trail (a inclinação do garfo em relação a uma linha imaginária perpendicular ao solo).
Um trail positivo deixa a moto mais ágil e fácil para contornar curvas em altas velocidades – e consequentemente de “cair” em baixa velocidade. Por outro lado, o trail negativo faz com que a moto fique reta e não caia.
Já reparou como é complicado equilibrar uma superesportiva quando você parte com ela ou roda devagar? Enquanto em alta velocidade, são as melhores motos para “deitar” nas curvas? É o tal “trail” em ação. O objetivo do sistema da Honda é fazer com que a moto tenha um trail “variável” e seja equilibrada em qualquer velocidade. Um sonho não é mesmo?
Por Arthur Caldeira – Infomoto – Fotos: Divulgação Honda
Veja o Vídeo de divulgação da Honda Riding Assist
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