Um estudo da Senatran revela que 53,8% dos proprietários ou mais seja mais metade dos motociclistas não têm CNH no Brasil. Entenda os números e as implicações desse cenário para o trânsito e a segurança no país.
Um estudo recente da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), revela que mais da metade dos motociclistas brasileiros circulam sem a habilitação para pilotar suas motos. O estudo aponta que 53,8% dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores no Brasil não possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A, obrigatória para esse tipo de veículo. Esses dados evidenciam uma situação preocupante no trânsito nacional.
Estudo Revela que Mais da Metade dos Motociclistas não têm CNH
Atualmente, o Brasil conta com 34,2 milhões de proprietários de motocicletas. Destes, apenas 17,5 milhões possuem a habilitação para pilotar. Isso significa que uma enorme parcela dos motociclistas está em situação irregular, o que gera implicações sérias em termos de segurança no trânsito. A questão levanta dúvidas sobre a fiscalização e a educação no trânsito, além de expor os riscos enfrentados tanto pelos motociclistas quanto por outros condutores nas vias públicas.
Outro dado curioso do estudo da Senatran é que, entre os motociclistas habilitados, a maioria (61%) não possui motocicleta própria. Em outras palavras, enquanto a maioria dos donos de motocicletas não tem CNH, muitos que possuem a habilitação para pilotar não são proprietários de uma moto. Essa discrepância entre habilitados e proprietários levanta questionamentos sobre a aquisição de veículos e o acesso à formação necessária para conduzir com segurança.
Os dados foram obtidos por meio do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), e a análise dessas informações destaca a importância de medidas que promovam a regularização dos condutores e o aumento da fiscalização no trânsito.
O crescimento da frota de motocicletas no Brasil
O estudo também chama a atenção para o crescimento contínuo da frota de motocicletas no país. Atualmente, as motos representam cerca de 28% de toda a frota nacional de veículos, e a previsão é de que esse número continue a crescer. Nos últimos cinco anos, o número de emplacamentos de motocicletas novas teve um aumento expressivo, com destaque para o salto de 76% no período de 2019 a 2024.
Os dados de emplacamento revelam que, nos primeiros seis meses de 2024, foram registradas mais de 933 mil novas motocicletas, contrastando com os 530 mil veículos emplacados no mesmo período em 2019. Esse aumento reflete o interesse crescente dos brasileiros pelas motos, impulsionado por fatores econômicos e pela necessidade de maior mobilidade nas grandes cidades, onde o trânsito é frequentemente congestionado.
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Fatores que impulsionam a preferência pelas motocicletas
De acordo com a Senatran, o crescimento da frota de motocicletas no Brasil pode ser explicado por uma série de fatores econômicos. As motocicletas apresentam menor custo de aquisição e manutenção em comparação aos automóveis, além de serem mais eficientes em termos de consumo de combustível. Essas características fazem das motos uma opção atrativa para quem busca economia no dia a dia, principalmente em tempos de crise econômica.
Outro fator relevante é a mobilidade que as motocicletas oferecem. Em grandes cidades, onde o trânsito é um problema constante, as motos proporcionam agilidade e rapidez, permitindo que seus condutores cheguem mais rápido aos seus destinos, especialmente em regiões com infraestrutura de transporte público limitada.
A produção em alta e os desafios futuros
A alta demanda por motocicletas reflete diretamente na produção do setor. Nos primeiros oito meses de 2024, a produção de motos no Brasil superou a marca de 1 milhão de unidades, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Esse é o melhor desempenho desde 2012, o que demonstra a força do setor no cenário econômico atual.
Apesar do aumento nas vendas e na produção, o fato de mais da metade dos motociclistas não terem CNH revela um desafio significativo para o trânsito brasileiro. A ausência de habilitação adequada compromete a segurança nas vias e pode resultar em um aumento de acidentes envolvendo motociclistas.