O calendário oficial da MotoGP 2017 começa no dia 26 de março, com o Grande Prêmio do Quatar. Para nós brasileiros, a melhor oportunidade de ver de perto máquinas e pilotos, é no GP da Argentina, que acontece dia 09 de abril. Por enquanto as equipes apresentam motos, pilotos fazem testes e redes sociais se fartam com imagens das mais variadas, misturadas de declarações afiadas e alfinetadas por todos os lados.
Deixando polêmicas de lado, vamos às apresentações de máquinas e pilotos para esta temporada.
Honda – Em time que está ganhando…
Entre as grandes equipes da Moto GP, a Honda foi uma das poucas que não mexeu no time de pilotos. Ninguém saiu ou chegou. A apresentação contou com boa parte da cúpula da montadora, mas não chegou a ter nenhuma superprodução. Nem as cores e nem os grafismos das motos foram modificados.
A apresentação aconteceu em Jakarta, na Indonésia no último dia 03 de fevereiro, com a presença dos pilotos Marc Márquez e Dani Pedrosa. O novo modelo da Honda é a RC213V, que ainda está em ritmo de testes e adaptação por parte dos pilotos.
Em suas primeiras impressões, a nova moto da Honda não teve vida fácil. Em Sepang durante os testes, Márquez foi superado pelo piloto da Ducati, Casey Stoner, por Andrea Iannone, da Suzuki e Maverick Viñales da Yamaha. Entretanto, Márquez admitiu que a nova moto está com problemas de aceleração.
Ano passado Márquez e Pedrosa venceram 6 vezes, com Márquez ficando com o título. Entre fabricantes, a Honda perdeu o título para a Yamaha. A lesão de Dani Pedrosa em outubro, contribuiu muito para essa situação.
Yamaha – Troca de espanhóis na marca japonesa
A nova YZR-M1 da Yamaha recebeu novos grafismos. Agora está com um azul mais escuro e o logo da Movistar (o principal patrocinador) ficou maior e mais aparente. Mas a principal mudança por aqui não foi da moto e sim entre pilotos. Maverick Viñales deixou a Suzuki e ocupa o lugar de Jorge Lorenzo, que foi para a Ducati.
O novo companheiro de equipe de Valentino Rossi, chegou com toda a simpatia do mundo, mas somos acostumados a assistir Viñales fazendo corridas ousadas com a Suzuki e ele não deverá aliviar, já que terá uma moto ainda mais competitiva. Aliás, nos últimos treinos já se mostrou mais rápido que Rossi.
Segundo o Doutor: “Viñales me impressionou muito desde o primeiro dia, mas já estou acostumado a ter companheiros de equipe bastante difíceis.”
O chefe de equipe da Yamaha, Lin Jarvis diz que até o momento o clima em sua garagem é calmo, mas acredita que as coisas podem mudar no decorrer do campeonato.
Em uma entrevista recente para a TV italiana, Rossi disse que a maior rivalidade enfrentada por ele foi com Max Biaggi, com quem foi companheiro de equipe em 2003. Jorge Lorenzo nem foi citado. É esperar pra ver!
Ducati – Salve Jorge Lorenzo
Entre as apresentações de equipe, a Ducati era uma das mais esperadas. E pela produção que a marca italiana preparou, a espera justificou a expectativa.
Não apenas isso. A apresentação cheia de efeitos especiais, com direito a transmissão ao vivo pela internet, deixou claro que a Ducati está muito satisfeita com a troca de Andrea Iannone, que foi para a Suzuki, por Jorge Lorenzo.
Lorenzo aliás, era justamente a maior expectativa da apresentação. Segundo ele, seu estado de espírito era nervoso, mas ao mesmo tempo feliz. “Não estava esperando essa paixão toda com que os integrantes da equipe demonstraram comigo. Algumas pessoas me deram boas vindas à família. Achei incrível.”
Em relação à moto, a Desmosedici GP17 não tem novidades nas cores e grafismos. A principal diferença passa a ser a falta das asas na carenagem, que neste ano foram proibidas na categoria principal.
Suzuki – Um Maníaco na equipe
Andrea Iannone (ou o Maníaco, como gosta de ser chamado) foi dispensado pela Ducati e reaproveitado pela Suzuki. Se no ano passado, em sua última corrida pela equipe bolonhesa, a despedida foi regada a lágrimas, este ano ele faz questão de postar em todas as redes sociais que está “muito bem, obrigado”.
Se realmente é verdade ou apenas despeito, nós saberemos somente durante as corridas da temporada. Mas o fato é que nos primeiros testes com a GSX-RR, Iannone tem feito bons tempos e realmente surpreendendo. Até o momento, apenas elogios à nova máquina. Na questão de design e grafismos, as motos são praticamente iguais às do ano passado. Pouquíssimas diferenças nos detalhes nos patrocinadores.
Assim como a Ducati, a Suzuki resolveu fazer uma transmissão da apresentação de motos e pilotos ao vivo pela internet. Não teve a mesma pompa, nem efeitos especiais da equipe italiana. Tudo isso deu lugar a uma apresentação séria, simples e direta.
O companheiro de Iannone na Suzuki é Alex Rins. Um piloto espanhol (mais um!) de apenas 21 anos, que se tornou o “Novato do ano” em 2015. Mas não chegou a conquistar o título na Moto2 ano passado, e nem na Moto3, onde ficou com o vice. É um piloto rápido que surge como promessa.
KTM – Volta por cima
A KTM vem há algum tempo anunciando sua volta para o MotoGP. Em 2004 chegou a participar, mas graças aos altos custos que a competição impõe, a fabricante austríaca desistiu. Em 2015 a organização da MotoGP resolveu novamente “flertar” com a KTM, mostrando que os custos (graças à crise) estariam bem mais acessíveis.
De lá para cá a KTM segue um projeto sólido de testes com as motos, pilotos, design e desenvolvimento. Este ano finalmente vai participar da MotoGP, mas o auge deverá ser ano que vem quando disponibilizar a RC16, sua moto de competição, ao alcance do público em geral.
Por hora, vamos à apresentação da equipe. Na categoria principal, a KTM traz os pilotos da Tech 3, Pol Espargaró e Bradley Smith.
Os primeiros testes da KTM aconteceram antes da definição do grafismo da moto. Agora com o patrocinador principal definido, a equipe apresentou de uma vez só as motos que irão competir também nas nas outras categorias da MotoGP.
“A moto é selvagem – um pouco demais até. Mas na verdade ela parece muito boa.” – diz Espargaró. “Estamos dando grandes passos adiante e estamos melhorando cada vez que andamos.” – completa.
Aprilia – Esperança de um bom ano
A Aprilia é uma equipe que a gente torce para que seja competitiva. A cada ano tem mudança de pilotos, de cores… Mas, aquela que já foi uma equipe vencedora, ultimamente não está conseguindo colher bons resultados.
Entre as montadoras, a Aprilia Racing Team foi a última equipe a apresentar moto e pilotos. A apresentação aconteceu em Noale, Itália, local da fábrica e sede da equipe.
A RS-GP 2017, moto da Aprilia este ano, aparece com um visual bem mais colorido. Praticamente pega emprestada a bandeira da Itália nas cores da moto. Nas duas últimas temporadas utilizou o prata. A equipe ainda busca um patrocinador maior. Ou seja, as cores da moto ainda podem mudar durante o ano, caso consiga.
Parte do sucesso com um possível novo patrocinador vai depender do sucesso nas corridas. Nesse caso os responsáveis são os pilotos Aleix Espargaró, (irmão de Pol Espargaró) que trocou a Suzuki pela Aprilia e o jovem piloto inglês Sam Lowes, que deixou a Moto2 direto para a categoria principal da equipe italiana.
Assim como a maioria das equipes, a Aprilia aposta na mescla entre juventude e experiência.
O último dos testes oficiais de pré-temporada, acontece no Catar entre os dias 10 e 12 de março. A primeira corrida da temporada da MotoGP acontece também no Catar, no dia 26 de março.